sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Nova droga pode combater obesidade e diabetes tipo 2

        Em 2009, foi publicada uma reportagem no site www.isaude.net sobre um novo aliado ao combate da diabetes tipo II e obesidade, trata-se de uma droga que estimula o gasto energético a partir da ativação do receptor do hormônio GLP-1, podendo assim reduzir a gordura corporal e regular a quantidade de glicose no sangue, além de diminuir o apetite.

Veja o que o GLP-1 pode fazer:


         No estudo, a equipe da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), coordenada pelos professores Kristina Semaesse e Johan Auwerx, caracterizou os efeitos metabólicos de um ativador específico de TGR5 (o INT-777), desenvolvido na Universidade de Perugia, (Itália). Os testes apontaram que essa molécula poderia ser uma futura droga para tratar o diabetes e a obesidade.

           O trabalho publicado é resultado de um estudo anterior, feito em 2006, pelo mesmo grupo. Na época os pesquisadores demonstraram que os ácidos biliares (moléculas endógenas envolvidas na digestão), através da ativação TGR5 do músculo e tecido adiposo marrom, são capazes de induzir um aumento do gasto energético e, portanto, tratar a obesidade em ratos alimentados com uma dieta rica em gorduras.

           Neste novo estudo, os autores mostraram que no intestino delgado a proteína controla a secreção de um hormônio intestinal chamado Glucagon-like peptide 1 (GLP-1). "Ele desempenha um papel muito importante na função de gestão do pâncreas e regulação do açúcar no sangue", explica Semaesse.

           Além desta descoberta, a equipe da EPFL desenvolveu uma nova droga ativadora mais específica do que os ácidos biliares. A administração deste composto permitiu tratar o diabetes e reduzir a gordura corporal. Os autores demonstraram que estes efeitos foram associados ao aumento da secreção de GLP-1 e gasto energético.

          "Essas obras são de grande interesse, porque sinalizam uma nova era nas possibilidades de tratamento conjunto de diabetes tipo 2 e da obesidade", acredita. De acordo com Charles Thomas, primeiro autor do estudo, duas classes de medicamentos com base nas propriedades do hormônio-1 têm sido comercializadas para o tratamento da diabetes tipo 2. "A primeira estratégia visa aumentar a taxa de GLP-1, limitando sua degradação pelo organismo. A segunda é para imitar os efeitos do GLP-1 usando drogas ativadoras do receptor de GLP-1 (GLP-1R) ", disse.

 
                                                                                    Post: Aline Fialho
 
 
Referência:
 
Publicações científicas: Proteína pode ajudar no combate ao diabetes e obesidade. Disponível em http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/2091/ciencia-e-tecnologia/proteina-pode-ajudar-no-combate-ao-diabetes-e-obesidade.
 Acesso em dezembro de 2010.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Diabetes e Obesidade


Desenvolvimento de doenças em função da obesidade

         A obesidade favorece o desenvolvimento de diversas doenças, daremos prioridade para aquelas que resultam de distúrbios metabólicos. É importante dizer que o excesso de peso não é o único fator determinante, mas também como a gordura está distribuída no corpo com já mostrado antes aqui no blog. Para relembrar:

- Obesidade andróide ou em forma de maçã: acúmulo na região central ou abdominal, sendo a mais perigosa.
- Obesidade ginóide ou pêra: acúmulo na região do quadril.

  Diabetes mellitus

Como curiosidade, alguém sabe o que significa a palavra diabetes mellitus?

      A primeira é de origem grega, significa sifão que é um sistema que permite a passagem de água de um lado para outro, representando o excesso de sede e vontade de urinar. A segunda, mellitus de origem latina quer dizer “adocicado ou mel”, característica da urina de uma pessoa diabética.


 

Tipos de diabetes

        DM tipo I decorre de uma falência do pâncreas que deixa de produzir insulina, ocorre em pessoas já com uma predisposição genética. O organismo começa a atacar o pâncreas por não reconhecê-lo como órgão gerando uma reação auto imune. Como a insulina é o hormônio responsável por transformar glicose em reserva energética, são necessárias doses diárias para manter o metabolismo. É mais freqüente em pessoas de idade menor que 35 anos e correspondem apenas a 5% dos casos de diabetes.
 
         DM tipo II além do fator genético possui forte influência do sedentarismo, alimentação inadequada e excesso de peso. Sua incidência é maior em pessoas com mais de 40 anos. Ocorre uma deficiência na produção de insulina pelas células betas, caracterizando um quadro de resistência à insulina. É o principal tipo de diabetes.


           Vamos mostrar alguns dados que mostram a forte relação entre ser obeso e ter diabetes, lembrando que para os obesos fumantes isso se agrava.

• Para cada aumento de 10% no peso corporal, há aumento de 2 mg/dl na glicemia em jejum.

• Para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) (kg/m2) acima de 35, as chances são de 93 vezes em mulheres e 42 vezes em homens;

• Obesidade andróide aumenta o risco da ocorrência de diabetes mellitus não-dependente de insulina em dez vezes. Em torno de 75% dos pacientes diabéticos não-dependentes de insulina estão acima do peso desejável.

• A circunferência da cintura maior do que 100 cm pode isoladamente elevar o risco do desenvolvimento de diabetes em 3,5 vezes, mesmo após um controle do IMC.

Atuação da insulina no metabolismo de lipídeos

         A insulina é secretada pelas células beta das ilhotas pancreáticas em resposta ao aumento dos níveis circulantes de glicose e aminoácidos após as refeições. È um hormônio sintetizante (anabólico), reduzindo a produção de glicose pelo fígado (via diminuição da gliconeogênese e glicogenólise) e aumentando a captação periférica de glicose, principalmente nos tecidos muscular e adiposo.


          O tecido adiposo atua aumentando a demanda por insulina, pois esta reduz a quebra de gordura e favorece a formação da mesma. Em obesos, é criada uma resistência à sua ação, possivelmente pela redução de receptores de insulina ou algum problema no transporte celular. Isso gera aumento nos níveis de glicose no sangue e conseqüente hiperinsulinemia. Apesar disso, a lipogênese (síntese de gordura) é favorecida devido à grande sensibilidade do tecido adiposo à insulina.
 

            Os lípideos são regulados por uma família de fatores de transcrição designada SREBP (sterol regulatory element-binding proteins). SREBPs ativam diretamente a expressão de aproximadamente 30 genes que atuam na síntese e captação de colesterol, ácido graxo, triglicérides e fosfolípides, assim como a de NADPH um cofator indispensável para a síntese dessas moléculas. No fígado, três SREBPs regulam a produção de lipídeos. SREBP-1c aumenta preferencialmente a transcrição de genes envolvidos na síntese de ácido graxo, entre eles a acetil CoA carboxilase (ACC), que converte a acetil CoA em malonil CoA e a ácido graxo sintetase (FAS), que converte a malonil CoA em palmitato.
 
         A insulina estimula a síntese de ácido graxo no fígado em períodos de excesso de carboidratos mediada pelo aumento do SREBP-1c. Em adipócitos a insulina também reduz a lipólise através da inibição da lípase, hormônio sensível. Esta enzima é ativada pela PKA (proteína quinase A). A insulina inibe a atividade da PKA, ativando a fosfodiesterase AMP cíclico específica (PDE3B), que reduz os níveis de AMP cíclico nos adipócitos.
Dessa forma, percebe-se que a resistência à insulina e a hiperinsulinemia pioram o quadro da diabetes.



                                                                                 Post: Aline Fialho


 
Referências

Sociedade brasileira de diabetes. Disponível em . Acesso em dezembro de 2010.

Especial diabetes. Disponível em . Acesso em dezembro de 2010.

Relação perigosa: diabetes e obesidade. Disponível em . Acesso em dezembro de 2010.

Obesidade + diabetes = Diabetes. Disponível em . Acesso em dezembro de 2010.

CARVALHEIRA, José B.C.; ZECCHIN, Henrique G. and SAAD, Mario J.A.. Vias de Sinalização da Insulina. Arq Bras Endocrinol Metab. 2002, vol.46, n.4, pp. 419-425. ISSN 0004-2730. Disponível em .

FRANCISCHI, Rachel Pamfilio Prado de et al. Obesidade: atualização sobre sua etiologia, morbidade e tratamento. Rev. Nutr. [online]. 2000, vol.13, n.1, pp. 17-28. ISSN 1415-5273. doi: 10.1590/S1415-52732000000100003. Disponível em

Publicações científicas: Proteína pode ajudar no combate ao diabetes e obesidade. Disponível em . Acesso em dezembro de 2010.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Obesidade na Velhice

       O que vêm acontecendo nos últimos anos é a transição demográfica da população brasileira, resultando em maior número de idosos no país, o que nos leva a discutir cada vez mais maneiras de melhorar a qualidade de vida dessa população em ascendência.


            Sabe-se que essa faixa etária requer inúmeros cuidados, devido às mudanças que ocorrem no organismo desses indivíduos. A predominância de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como por exemplo diabetes, hipertensão dentre outras, podem ter correlações com o excesso de peso. Daí vem a importância de controlar o peso desse grupo. Porém antes a patologia mais associada a essa faixa etária era a desnutrição, e hoje há um aumento de idosos obesos, os principais motivos que levaram há essa transição nutricional foi a mudança do estilo de vida, que interferem na alimentação e na prática de atividade física.


 
Para a classificação da obesidade em idosos, é usado o IMC, porém sua classificação é diferente, como é mostrado no quadro abaixo :


                                  Lipschitz, 2008

Além do IMC, pode usar também a circunferência abdominal, na avaliação nutricional de idosos.


Das alterações que acontecem nos idosos as que mais interferem no estado nutricional são os seguintes : as modificações na composição corporal ( com diminuição da massa magra e aumento de gordura abdominal), capacidade de mastigação diminuída, capacidade diminuída de absorção dos alimentos, devido a atrofia da musculatura do trato gastrointestinal e a diminuída secreção de ácido clorídrico. Na terceira idade há uma redução da sensibilidade dos gostos primários doces, amargo, ácido e salgado, o que afeta a ingestão de alimentos, uma vez que os sentidos para saciedade também podem estar reduzidos. O uso excessivo de açúcar, temperos industrializados e sal são comuns nas situações de redução da sensibilidade gustativa. O que leva uma diminuição do consumo, ou aumento do consumo de alimentos. Esses fatores estão associado as DCNTS. (Figueiredo,2010)

           Sabe-se que o envelhecimento há inúmeras transformações, como um leve aumento do colesterol, enrijecimento das artérias, e se associado as estes eventos pode haver também um excesso de peso, o que facilita o desenvolvimento de doenças, como hipercolesterolemia, hipertensão dentre outros.

 
             É importante que os idosos tenham cuidado com o peso, para evitar que pequenas alterações causadas pelo envelhecimento se tornem doenças. Além de manter uma boa alimentação desde a infância, para se ter uma velhice melhor, é essencial que durante esse período também se tome cuidado no consumo de alimentos. Não se esquecendo nunca que os exercícios físicos também colaboram e muito para uma vida mais saudável.



Se quiserem mais informações sobre envelhecimento, visite o blog de envelhecimento:


Beeijos e Abraços, Ana Paula Alvarenga.

 
Bibliografia

Cabrera, M.A.S., Jacob ,W.F ; Obesidade em Idosos: Prevalência,Distribuição e Associação Com Hábitos e Co-Morbidades.Arquivo Brasileiro Endocrinologia Metabólica. Vol 45 nº 5 Outubro 2001. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S000427302001000500014&script=sci_arttext&tlng=en

Ana Paula de O. Marques;Ilma Kruze G. de Arruda;Antônio C.G. do Espírito Santo;Maria Cristina F. Raposo ; Mariana Diniz Guerra;Tiago Felipe Sales. Prevalência de Obesidade e Fatores Associados Em Mulheres Idosas. Arquivo Brasileiro Endocrinologia Metabólica. Vol. 49 nº 3 Junho 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v49n3/a17v49n3.pdf

Figueiredo,A.C. Fatores sociodemograficos, comportamentais e de saúde associados á obesidade em idosos no distrito federal.2010.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Obesidade na Fase Adulta

            Nos últimos posts foram relatados diversos fatores que a obesidade traz consigo nas diversas fases, e agora iremos falar sobre a ocorrência da mesma na fase adulta. Sabe-se, que a obesidade pode ser fruto de um sobrepeso durante a infância e/ou adolescência que se perdura até a fase adulta quando o indivíduo não toma devidas atitudes a fim de controlar o peso. Sabe-se, também, que os fatores como a globalização, que tem tornado os indivíduos mais sedentários por exemplo, a transição nutricional, ou seja, o quadro alarmante da desnutrição substituído pela obesidade como conseqüência do crescimento econômico que inclui o Brasil, fatores culturais e socioeconômicos. De acordo com estudos epidemiológicos, tais fatores também contribuem para uma maior porcentagem de indivíduos adultos obesos.

Transição Nutricional e Fatores Socioeconômicos

        Ao longo dos estudos epidemiológicos de vários países, pôde-se observar que a obesidade não é mais algo que possa ser correlacionado somente com os países desenvolvidos e desnutrição, mas com os países em desenvolvimento. Verifica-se que mesmo os países mais ricos, existe uma população com classes sociais variadas e isso também contribui para uma maior ou menor proporção de pessoas obesas ou desnutridas.

 

         Da mesma forma, pode-se fazer comparações quando se relaciona a proporção de indivíduos adultos com sobrepeso ou obeso de acordo com a região. Ao comparar o Nordeste com o Sul do Brasil, por exemplo, pode-se observar que no Sul há uma maior porcentagem da população urbana acima do peso que no Nordeste.

         Resultados evidenciam, entre outros aspectos, que a desnutrição infantil mostra-se controlada mesmo em níveis sociais de menor renda familiar, enquanto a obesidade em mulheres tem altas prevalências, mesmo em famílias situadas abaixo da linha da pobreza absoluta (renda mensal per capita de menos de um quarto de salário mínimo).
Outro fator que foi constatado durante os estudos é que o nível de instrução, de poder aquisitivo e conhecimento sobre os prejuízos para a saúde acarretados pela obesidade também são relevantes, pois observou-se que o grupo de mulheres adultas que tinham mais informação, maior nível de instrução e melhor poder aquisitivo apresentava menor incidência de obesidade.


Globalização

           Uma possível causa da prevalência da obesidade no nosso país poderia ser a reprodução de uma dieta norte-americana: hiperlipídica, hiperprotéica e hiperglicídica, sendo esta a denominada ocidentalização nos padrões nutricionais. Estudos realizados com mulheres obesas brasileiras demonstraram que mais de 30% do total calórico ingerido por esta população era proveniente de lipídios.


            A tendência no aumento da obesidade parece ocorrer paralelamente à redução na prática de atividade física e aumento no sedentarismo. O hábito de praticar atividade física é influenciado na criança pelos pais e, quando desenvolvidos nessa fase, tendem a se manter do mesmo modo até a fase adulta. E isso também pode valer para os hábitos alimentares, que são formados principalmente pelo o que se oferece à criança em casa.

 

Figura 1. Distribuição aproximada dos principais contribuintes do gasto energético diário relativo a um adulto sedentário (ETA: efeito térmico dos alimentos). FONTE: adaptação de Ravussin e Swinburn 1992 In: Pereira et al



           Uma redução natural no gasto energético é observada com a modernização, ocasionando estilo de vida mais prático do ponto de vista de gasto energético, e sedentário com transporte motorizado e uso de equipamentos mecanizados que diminuem o esforço físico de homens e mulheres tanto no trabalho como em casa. Foi demonstrado que cortar grama com as mãos gastava aproximadamente 500 kcal/h, enquanto, com a utilização de cortadores elétricos de grama, o gasto diminuiu para 180kcal/h, lavar as roupas no tanque consumia aproximadamente 1500 kcal/dia enquanto usar a máquina de lavar requer apenas 270 kcal/2h para a mesma quantidade de roupas.
 
 

          De acordo com alguns autores, as causas do aumento significativo da obesidade nos últimos 20 anos são predominantemente ambientais, com componente genético contribuindo de maneira reduzida e essa decorrente transição nutricional mostra que de fato a obesidade é um problema de Saúde Pública e o Estado precisa criar Políticas Públicas de Saúde voltadas para isso, divulgar de forma mais assídua a fim de que alcance todos os níveis sociais e se promova uma alimentação saudável.

                                                      
                                                                        Post: Karen Carolina

Bibliografia

 

GIGANTE, D.; COSTA, J.; OLINTO, M.; MENEZES, A.; MACEDO, S. Obesidade da População Adulta de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil e Associação com o Nível Sócio-Econômico. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n9/11.pdf Acessado em 22 dez. 2010;

 

MONDINI, L.; MONTEIRO,C. Relevância Epidemiológica da Desnutrição e da Obesidade em Distintas Classes Sociais: Métodos de Estudo e Aplicação à População Brasileira. Revista Brasileira de Epidemiologia, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v1n1/04.pdf Acessado em 22 dez. 2010;

 

PEREIRA,L.; FRANCISHI, R.; LANCHA JR.,A. Obesidade: Hábitos Nutricionais,Sendentarismo e Resistência à Insulina. Revista Brasileira de Endocrinologia e Metabolismo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0004-27302003000200003&script=sci_arttext&tlng=in Acessado em 22 dez. 2010.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Obesidade na Adolescência


        O homem busca sempre o que é mais rápido, porque este torna a sua vida mais confortável. Computadores, carros, comidas congeladas, fast- foods e entregas em domicílio são alguns exemplos. O conforto é uma das palavras-chave que definem a sociedade de hoje. No entanto, a mesma qualidade de vida que o conforto dos nossos dias nos proporciona também traz alguns malefícios a saúde, como doenças cardíacas, hormonais e obesidade, que tem atingido nossos contemporâneos cada vez mais cedo em suas vidas.


         Pesquisas mostram que 15% das crianças e 8% dos adolescentes de hoje são obesos e que oito em cada dez crianças continuarão obesas na fase da adolescência . Por considerar os dados em tela muito preocupantes, este trabalho será focado na obesidade em adolescentes.

          A adolescência, como é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), vai dos 10 aos 19 anos, 11 meses e 29 dias. É caracterizada por mudanças psicológicas, sociais e somáticas que, aliadas ao intenso crescimento físico (aumento de 50% do peso e de 15% na estatura antes de atingir a altura final do adulto) geram significativo aumento nas necessidades nutricionais e energéticas, o que leva a um maior apetite por comida.


          Em geral, os adolescentes, devido as suas rotinas “pulam” refeições, principalmente o café da manhã, ou fazem “refeições rápidas” compostas por alimentos gordurosos. A satisfação do apetite por meio da escolha de alimentos com alta densidade calórica e a falta de atividade física é a combinação perfeita para um adolescente tornar-se obeso. Outro fator que contribui muito para a obesidade em crianças e em adolescentes é a televisão. Além de promover hábitos alimentares inadequados, também induz o sedentarismo. Há estudos mostrando que cada hora em frente à televisão aumenta as chances de obesidade em 2%.

          Quem nunca ouviu falar que todo “gordinho” é feliz? Tal conclusão não se sustenta perante os fatos. Estudos mostram que adolescentes obesos possuem maior propensão à depressão. Sim! Depressivos! Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) constatou que 78,3% dos adolescentes acima do peso apresentavam sintomas de depressão, quando comparados com os 21,7% dos adolescentes eutróficos.

            A obesidade na adolescência é um problema grave. Segundo Associação Brasileira de Estudos a Obesidade (ABESO), uma criança de dois anos obesa possui o dobro da probabilidade de tornar-se um adulto obeso do que uma outra eutrófica.

            Devemos estar engajados na prevenção e no tratamento precoce da obesidade, de modo a estabelecermos as bases de uma população futura mais saudável. Para isto, parafraseando o que ensinou Hipócrates, devemos fazer da nossa alimentação o nosso remédio.

Para entender melhor, assista a reportagem sobre os perigos da obesidade em adolescentes, pela CBS:

 
                                                                            Post: Analice Tassoni

BIBLIOGRAFIA:

GODOY-MATOS, Amélio F. De et al . Management of obesity in adolescents: state of art.Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 53, n. 2, Mar. 2009

TERRES, Nicole Gomes et al . Prevalência e fatores associados ao sobrepeso e à obesidade em adolescentes. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. 4, Aug. 2006 .

LIMA, Severina Carla Vieira Cunha; ARRAIS, Ricardo Fernando; PEDROSA, Lúcia de Fátima Campos. Avaliação da dieta habitual de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade. Rev. Nutr., Campinas, v. 17, n. 4, Dec. 2004.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Obesidade na Infância



          A infância é um período marcado por diversas mudanças físicas, psicológicas, sociais, fisiológicas e cognitivas, e a alimentação adequada é essencial para que essas mudanças possam ocorrer de forma saudável. Nesse estágio de vida, há riscos como a desnutrição, quando há ingestão de um número limitado de alimentos e dieta pobre em nutrientes, ou obesidade, em que a criança encontra-se acima de seu peso corpóreo adequado, e tem excesso de gordura corporal.


            A prevalência crescente de sobrepeso e obesidade em crianças é um problema de saúde pública alarmante, onde segundo a Pesquisa Nacional de Avaliação de Nutrição e Saúde, o sobrepeso é avaliado em 17,1% em crianças de 2 a 5 anos de idade, e risco de obesidade em 33,6%. Esses números continuam a crescer em cada década, principalmente em crianças norte-americanas.


          Essa fase é o momento em que as crianças formam seus conceitos sobre alimentos e cardápio, onde desenvolvem o paladar, e estabelecem o que é gostoso, o que é ruim, amargo, doce, azedo ou salgado. E, portanto, constroem hábitos que, muitas vezes, duram a vida toda. A ingestão energética elevada por parte das crianças incluem fatores como o fácil acesso a estabelecimentos de refeição e alimentos (fast-foods, sorveterias, pizzarias, mercados e padarias), além de refeições associadas a atividades de prazer, como festinhas infantis, onde mesas de doces e guloseimas convidativas estão por toda parte. Além desses fatores, está como forte influenciadora a família, que oferecem refeições cheia de frituras, massas, doces, esquecendo-se dos vegetais e frutas. Os hábitos dos pais, em muitos casos, influenciam muito as escolhas alimentares da criança.

            A inatividade é também um fator importante no desenvolvimento da obesidade, resultante da prática de assistir televisão várias horas por dia, uso do computador, jogos eletrônicos e entre outros, impedindo que as crianças brinquem livremente na rua com jogos que necessitem de movimentação física e levem a um gasto energético.


            O sobrepeso na infância não é uma condição saudável como muitos pensam, em que a criança “gordinha” é mais saudável, está mais nutrida, é mais bonita e crescerá mais que as outras. Quanto mais tempo a criança estiver com sobrepeso, mais provável é que o mesmo continue na adolescência e na fase adulta, pois crianças obesas exibem um número significativamente maior de células adiposas do que seus pares não-obesos da mesma idade e esse número pode persistir durante a vida adulta.

           Deve-se considerar que a criança encontra-se em desenvolvimento e algum peso em excesso pode ser o ganho final de cada fase da infância, por exemplo, o lactente que engatinha com um ano de idade e o pré-púbere podem pesar mais devido ao desenvolvimento e fisiologia, mas essa condição não é permanente. Normalmente acontece o rebote de adiposidade de crescimento em crianças entre 4 e 6 anos de idade, porém crianças cujo esse rebote acontece antes dos 5 anos e 6 meses têm maiores chances de desenvolverem obesidade na infância e adolescência.

             As conseqüências do sobrepeso na fase da infância para saúde são fatores de risco cardiovascular como dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e hiperinsulinemia, levando a futura diabetes mellitus tipo 2, tais fatores podem causar forte impacto na fase adulta e ocorrência de outras Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT´s). Além desses problemas há a discriminação pelos outros, dificuldades pisicossocias, distorção da autoimagem e depressão.




       Estratégias são importantes para o tratamento da obesidade nessa fase, como a educação nutricional, onde há informações nutricionais e modificações nas refeições, como substituição de produtos industrializados por outros mais naturais, de frituras por assados, guloseimas por frutas, porém de forma estratégica, onde tais alimentos são apresentados com aspecto saboroso, colorido e de paladar agradável. É importante também o apoio familiar, em que os pais oferecem alimentos saudáveis, atividades de lazer que envolva gasto energético, redução nos comportamentos sedentários e ambientes motivacionais para estabelecimento de uma correta autoimagem por parte da criança.



                                                                             Post: Priscilla Dantas

 

Referências:

L.K & ESCOTT-STUMP, S. Krause – Alimentos, nutrição e dietoterapia. 12ª Ed. Editora Elsevier, 2010.

OLIVEIRA, Cecília Lacroix; MELLO, Marco Túlio; CINTRA, Isa de Pádua; FISBERG, Mauro - Obesidade e síndrome metabólica na

infância e adolescência. Rev. Nutr., Campinas, 17(2):237-245, abr./jun., 2004

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Consequências da Obesidade na Gestação

           
           Mulheres obesas antes da gravidez ou como conseqüência da gestação possuem chances aumentadas de complicações, abaixo estão citadas algumas:

           Diabetes gestacional: o aumento da produção de hormônios pela placenta interfere a ação da insulina materna. Para isso o próprio corpo compensa o desequilíbrio, aumentando sua produção. Mas algumas mulheres desenvolvem um tipo de hiperglicemia caracterizando a diabetes gestacional. Entretanto, o excesso de peso aumenta o risco da intolerância à glicose em gestantes. Mesmo em mulheres com sobrepeso moderado a incidência de diabetes gestacional é de 1,8 a 6,5 vezes maiores do que naquelas com peso normal, além disso afeta diretamente o tamanho do feto. O tratamento pode ser feito através de dietas ou insulinoterapia, mais comum em mulheres obesas.
              Quando o diabetes complica o curso da gravidez, a criança está predisposta a desenvolver sobrepeso e obesidade na infância, especialmente no caso de alto peso ao nascer.

               Sistema cardiovascular: aumento da pressão arterial e alteração da função cardíaca. Quando o sobrepeso é moderado já são maiores as chances de ocorrer hipertensão e pré-eclâmpsia. Em mulheres obesas, a incidência de hipertensão é 2,2 a 21,4 vezes maiores do que em mulheres com peso normal, e a pré-eclâmpsia ocorre de 1,22 a 9,7 vezes mais freqüentemente.
              Pré- eclâmpsia é caracterizada por hipertensão (aumento da pressão arterial), edema (retenção de líquido) e proteinúria (presença de proteína na urina). A eclâmpsia é uma extensão da pré-eclâmpsia e ocorre próximo ao momento do trabalho de parto, podendo ocorrer também no pós-parto.


            Partos cesarianos: complicações pré-parto devido a obesidade são responsáveis pelo aumento desta taxa, tais como desproporção da criança por seu tamanho aumentado (macrossomia), perigo de morte para os dois e interrupção do trabalho de parto induzido. Riscos anestésicos e pós-operatórios são também altos em pacientes obesas, e a obesidade excessiva aumenta o tempo de operação total e a perda de sangue.
Mães obesas têm filhos grandes para a idade gestacional 1,4 a 1,8 vezes mais freqüentemente do que mães com peso normal, sendo estes bebês mais propensos a tornarem-se obesos no futuro.


            Anormalidades congênitas: aumento de 35% na incidência das principais malformações congênitas (defeitos no tubo neural) quando as mães estão com sobrepeso e 37,5% quando eram obesas. A ingestão adequada de folato (vitamina B9) é utilizada como prevenção em gestantes com peso normal, mas quando obesas necessitam de quantidades maiores dessa vitamina para os mesmos resultados.

           A incidência de morte perinatal de bebês de mulheres obesas excede a de mulheres com peso normal em 2,5 a 3,4 vezes. Além disso, o ganho de peso gestacional excessivo pode aumentar a obesidade materna. É importante lembrar que fatores genéticos também têm um grande papel no desenvolvimento da obesidade nos filhos de mães com sobrepeso.
          Mais uma vez está comprovado que estar acima do peso não é sinônimo de saúde. Vamos conhecer agora algumas razões para priorizar uma alimentação saudável contribuindo para o sucesso na gestação:
           Estima-se a necessidade de 80000 calorias para formação do feto e anexos fetais, ou seja, recomenda-se 300kcal (10% ou 15%) à dieta normal no segundo e terceiro trimestre para uma mãe com peso normal. Lembrando que essa demanda é influenciada pelo peso pré gravídico, quantidade e composição do ganho de peso, estágio da gravidez e atividade física. Para mães obesas ou com sobrepeso é necessário maior atenção médica e nutricional.
        Já na formação do embrião é exigido produtos da quebra da glicose (metabolismo de carboidratos) com fonte de energia, o piruvato. Posteriormente, ainda dentro da barriga da mãe a criança utiliza glicose como fonte de energia. O metabolismo de carboidratos atua diretamente na prevenção do retardo de crescimento intra uterino (RCIU).
          Os ácidos graxos estão envolvidos na formação de estruturas útero- placentárias, no desenvolvimento de sistema nervoso central do feto e da retina da criança desde sua vida intra-uterina, relacionando-se, então, com sua capacidade de aprendizagem e acuidade visual.
           Os níveis de triglicerídeos aumentam de duas a três vezes na medida em que a gestação evolui para o terceiro trimestre. O colesterol aumenta por volta de 43% em decorrência do aumento da demanda de precursores para processos anabólicos.
           A necessidade de proteínas durante a gestação eleva- se para 60g diárias, sendo que 60% são utilizadas pelo feto e placenta e 40% em tecidos maternos. Tudo isso para atender o aumento da demanda para produção de novos tecidos e maior gasto energético, em função da massa corporal aumentada.
           Pesquisas comprovam que a massa magra, massa adiposa e a idade gestacional se correlacionam com a massa magra e adiposa do recém nascido, sendo a massa magra materna a que mais influencia ambos os compartimentos. O ganho de peso materno até o final da gestação deve privilegiar o ganho de massa magra para melhorar o crescimento fetal. Conseqüentemente gera exige quantidade de água, seu componente proporcional mais importante, pois o volume plasmático e fluido uteroplacentário estão aumentados para maior suprimento de nutrientes e oxigênio.

              Comparando-se as necessidades dos micronutrientes cálcio, fósforo, vitamina D e vitamina E para gestantes e mulheres adultas, percebe-se que estas permanecem com os mesmos valores. Já as vitaminas do complexo B, Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, B3 e B12, têm suas necessidades aumentadas entre 30 e 40%. Este aumento é justificado pela maior ingestão de energia e proteínas, uma vez que estas vitaminas atuam como cofatores no metabolismo dos macronutrientes. As necessidades de folato, ferro, zinco, iodo, selênio, vitamina A e vitamina C também são aumentadas.

              Deficiências de zinco, cobre, magnésio, ferro, ácido fólico e iodo podem estar associadas a aborto, anomalias congênitas, pré-eclâmpsia, ruptura prematura de membranas, parto prematuro e alta incidência de bebês com baixo peso.

                                                                                                             Post: Aline Fialho

Referências:

SILVA, K. E. A; CAPRILES, V. D. Gravidez de alto risco: impacto da obesidade materna na evolução da gravidez e repercussões sobre o concepto. Disponível em < http://www.nutrociencia.com.br/.../%20obesidade%20e%20gravidez%20de%20alto%20risco.doc> Acesso em dezembro de 2010.

Lucyk, J. M.; Furumoto, R. V. Necessidades nutricionais e consumo alimentar na gestação: uma revisão. Com. Ciências Saúde. 2008;19(4):353-363. Disponível em < http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol19_4art07.pdf>.

Ribeiro, L. C.; Devicenzi, M. U.; GARCIA, J. N.; SIGULEM, D. M. Nutrição e Alimentação na Gestação. Compacta Nutrição, PNUT/EPM, São Paulo, v 3 nº 2 agosto 2002. Disponível em www.pnut.epm.br/Download_Files/CompactaNutGest.pdf.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Obesidade na Gestação

           Durante mais ou menos 40 semanas uma série de mudanças ocorrem na vida de uma mulher, tudo isso, para o nascimento de uma criança. O planejamento de uma gravidez, o pré natal, possibilita um acompanhamento médico e nutricional de maior eficiência. Está comprovado que mulheres iniciando sua gestação com baixo peso e ganham peso adequado nesse período, estabilizando seu estado nutricional, reduzem o risco de nascimento de crianças com baixo peso ao nascer.

            Quem nunca ouviu a expressão “você tem que comer por dois”? De fato a mulher precisa comer por dois, mas muitos associam isso à quantidade entendendo que quanto maior o peso e a engorda, melhores condições e força a mãe terá para a gravidez. Mas isso não é verdade, pois o excesso de peso aumenta as chances de complicações e até mesmo morte para mãe e criança.

           Além disso, muitas deixam para se preocupar com o peso ideal só após o parto, e passam a comer com liberdade sem selecionar e quantificar o que come. A ingestão alimentar e as reservas nutricionais da mãe são as únicas fontes de nutrientes para a criança, o que torna de extrema importância o acompanhamento do estado nutricional materno antes e durante a gestação.


          O excesso de peso materno é fator de risco para diabetes gestacional, síndrome hipertensiva arterial, prematuridade, defeitos na formação do feto especialmente no sistema nervoso, aumento de partos cesáreos e complicações pós-parto segundo o Caderno de Atenção Básica disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

           O peso pré-gravídico, ou seja, antes da gestação é um dos principais indicadores do ganho de peso ideal para toda a gravidez, vale lembrar que ele não é um valor fixo sendo único para cada mulher. Além de influenciar no peso e saúde do recém nascido, direciona intervenções nutricionais reduzindo possíveis complicações. Abaixo se encontram as recomendações da National Academy of Sciences (1990):
                         IMC pré gestacional: peso habitual antes da gestação (kg)/altura (m)2
 


            Não tem como deixar de lado o incentivo à amamentação. Nessa fase as necessidades nutricionais e hídricas são maiores que na gravidez, para se ter uma idéia, em média a energia necessária para a produção de leite durante os quatro primeiros meses após o parto corresponde ao custo energético total da gravidez. Isso se torna vantajoso para perda de peso, especialmente para mães obesas, mas esse não deve ser o principal objetivo da mãe na lactação. Tal prática é a garantia da nutrição completa para o recém nascido, porque a composição do leite é ideal em termos de quantidade e qualidade de nutrientes. Possibilita também melhor desenvolvimento cognitivo, fortalece o sistema de defesa da criança, controla e previnem diarréias, infecção respiratória e urinária, inflamações no ouvido, meningite bacteriana, alergias, doenças digestivas e ainda diminui as chances de desenvolvimento de doenças crônicas como a obesidade e diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
         Não é dever apenas da mãe todo esse cuidado com a alimentação, mas de toda a família. Assegurando à mãe uma gestação menos problemática e recuperação mais rápida, para a criança formação e nascimento saudáveis e prevenção de doenças crônicas na fase adulta.

         Como curiosidade, abaixo encontra uma tabela que detalha ganho de peso materno durante a gestação de acordo com o componente:
                                                     Post: Aline Fialho

Referências:

Lucyk, J. M.; Furumoto, R. V. Necessidades nutricionais e consumo alimentar na gestação: uma revisão. Com. Ciências Saúde. 2008;19(4):353-363. Disponível em < http://www.fepecs.edu.br/revista/Vol19_4art07.pdf>.

Ribeiro, L. C.; Devicenzi, M. U.; GARCIA, J. N.; SIGULEM, D. M. Nutrição e Alimentação na Gestação. Compacta Nutrição, PNUT/EPM, São Paulo, v 3 nº 2 agosto 2002. Disponível em www.pnut.epm.br/Download_Files/CompactaNutGest.pdf.

 

Ribeiro LC, Devincenzi MV, Garcia JN, Hadler MCCM, Yamashita C, Sigulem DM. Nutrição e alimentação na lactação. Compacta Nutrição. 2003; 4(1):7-22.

 

Caderno de atenção básica n. 12. Obesidade. Ministério da Saúde. Brasília-Df, 2006. Disponível em < http://189.28.128.100/nutricao/docs/geral/doc_obesidade.pdf>.