segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Viva uma Vida Saudável!!! Fim!

                O nosso organismo é um bem muito precioso que nós temos e sem a saúde dele não conseguimos realizar nossos projetos, sonhos e conquistar vitórias!! Para uma vida saudável, mantenha bons hábitos, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e visitas periódicas ao médico e nutricionista. Viva sempre feliz e não deixe o estress e a tristeza pegarem você!


                Bom, depois de todas essas informações sobre conceitos, causas, complicações e tratamentos da obesidade, chegamos ao fim do blog!!!
                 Queremos agradecer a todos os blogueiros que nos acessaram e acompanharam cada post, fizeram comentários e nos seguiram no twitter... Valeu!! Esperamos que algo tenha sido acrescentado ao conhecimento de vocês, porque pra gente valeu muito a pena, aprendemos muito sobre obesidade!!

                    Beijos.  Karen, Aline, Priscilla e Ana Paula !!!  = )

sábado, 29 de janeiro de 2011

Compostos Bioativos com Ação Antiinflamatória

       Além da constatação de que dietas ricas em vegetais podem reduzir o risco das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, estudos têm apontado a presença de substâncias não nutrientes que interferem nos processos patogênicos de modo a prevenir e ser coadjuvante de tratamentos. Entre esses, encontram-se os CBAs (Componentes BioAtivos).
 
        Uma das primeiras descobertas acerca da obesidade é que esta patologia promove uma resposta inflamatória crônica de grau leve. Assim, ocorre um aumento na síntese de adipocinas (pró-inflamatórias) e a redução de adiponectinas (antiinflamatórias).
        Contudo, sabe-se que à medida que ocorre a redução da gordura corporal, há um aumento da concentração plasmática de adiponectina, em redução da resposta inflamatória, que desencadeia uma menor resistência periférica à ação da insulina

       Compostos Antiinflamatórios
1) Ômega- 3

Ácidos graxos poli-insaturados da série 3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA), presentes em peixes e em óleos de peixe, apresentam ação anti-inflamatória, uma vez que diminuem a atividade dos fatores de transcrição NF-B e proteína ativadora-1 (AP-1).


2) Curcumina

         É um pigmento fenólico de cor amarela obtido da cúrcuma. Esta é utilizada na cozinha como tempero.
        Sugere-se que seu efeito anti-inflamatório se deva, em parte, à sua capacidade de “sequestrar” espécies reativas de oxigênio em situações de estresse oxidativo celular.
        A curcumina é capaz de inibir a fosforilação e a degradação do IKB induzida pelo TNF-alfa, o que indica que esse composto bioativo também atua em etapas que precedem a fosforilação do IKB.

 
3) Catequinas

      As catequinas são monômeros de flavanóis, como a epicatequina, a epigalocatequina, a epicatequina galato (ECG) e a epigalocatequinagalato (EGCG).
       A EGCG, o principal polifenol presente no chá verde, tem ação anti-inflamatória, inibindo in vitro a ativação do fator de transcrição NF-B ao mesmo tempo que inibe a degradação do IKB-induzida pela ativação celular mediada pelo TNF-alfa. O mecanismo de ação anti-inflamatório da EGCG parece estar associado à diminuição da atividade da proteína IKK, envolvida na fosforilação do IKB.


 
4) Resveratrol

        É uma fitoalexina existente em duas isoformas: trans-resveratrol e cis-resveratrol, sendo o trans-resveratrol a forma mais estável, a qual é encontrada em uvas, bem como no vinho tinto. O resveratrol inibe in vitro a ativação da JNK e de sua proteína upstream (proteína quinase) ativada por mitógenos (MEK). Este último fato pode explicar o mecanismo de supressão da ativação do fator de transcrição AP-1 pelo resveratrol.Além desses mecanismos, possuem outros que se manifestam in vitro a fim de suprimir as atividades inflamatórias do nosso sistema imune.


 

5) Quercitina, Tirosol e Licopeno

        A quercetina (frutas cítricas e maçã), o tirosol (azeite de oliva) e o licopeno (tomate, melancia e goiaba) reduzem a resposta inflamatória por meio da inibição in vitro da expressão gênica das enzimas COX-2 e iNOS. Isso é mais um motivo que reforça as recomendações da ingestão de frutas e do azeite de oliva, não só para obe-sos, bem como para a população em geral.


 
A tabela 1 resume a relação entre os diferentes CBAs, os alimentos em que estão presentes e a ação na resposta inflamatória.



            Embora o alimento não seja postulado como medicamento, acredita-se que o uso contínuo de alimentos que tenham CBAs que atuem favoravelmente no processo inflamatório, aliado à manutenção de atividade física adequada, seja uma forma eficiente de reduzir o risco de aparecimento de DCNT´s.

                                                                      Post: Karen Carolina
 
Referência Bibliográfica:

 
BASTOS, D.; ROGERO,M.; ARÊAS,J. Mecanismos de Ação de Compostos Bioativos dos Alimentos no Contexto de Processos Inflamatórios Relacionados à Obesidade. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo, 2009. Disponível em:http: //www.scielo.br/pdf/abem/v53n5/17.pdf Acessado em 28 jan. 2011.



Cirurgia Bariátrica

Nos posts anteriores vimos alguns tratamentos para a obesidade. Neste falaremos sobre a cirurgia bariátrica, que é um dos tratamentos utilizados no tratamento da obesidade, utilizada principalmente em casos de obesidade mórbida.

 
         Este tipo de tratamento é indicado para pacientes que apresentem IMC > 40 kg/ m², ou IMC > 35 kg/m² e possuam comorbidades associadas, como diabetes tipo 2, dislipidemias e outros, assim como história dietética com tentativa de dietas hipocalóricas sem sucesso nos últimos cinco anos, que possua obesidade exógena, ou seja, que não tenha causas endócrinas, e que não apresente instabilidade psiquiátrica.

         Existem inúmeros tipos de cirurgias e muitos estudos para o desenvolvimento de novas técnicas, por isso têm algumas que não são legalizadas. A perda de peso se dá através da redução do tamanho do estômago, que em cada tipo cirurgia acontece de uma maneira diferente, o que caracteriza a cirurgia e seus efeitos adversos.

   Os principais tipos são :


       Bypass gástrico : consiste na diminuição do volume estomacal para aproximadamente 50 mL, e coloca-se em volta um anel para evitar que haja uma dilatação e para regulação do esvaziamento gástrico, excluindo desta maneira o trânsito do bolo alimentar no restante do estômago. Com a exclusão é necessário outro caminho para acontecer o transito gastrointestinal, então é feito uma alça longa do jejuno em Y de Roux, de aproximadamente 100 cm de comprimento, o que contribui para o caráter diabsortivo desta. A perda de peso ocorre pela diminuição do apetite, que não se deve somente pela restrição gástrica, mas também pelas alterações hormonais ocorridas. Os níveis de leptina e o de insulina encontram-se diminuídos. Esta técnica é umas das mais utilizadas juntamente com derivação biliopancreática.

Derivação biliopancreática: consiste na redução de até 70% do estômago, há um redirecionamento do intestino delgado com a formação de dois caminhos, somente há ação da bile na via comum, o que faz com que haja uma menor absorção dos lipídeos, e consequentemente uma perda de peso. Essa técnica tem como principal objetivo diminuir o tempo que o bolo permanece no trato gastrointestinal, diminuindo a absorção dos nutrientes. Essa técnica tem como efeitos adversos a deficiência na absorção de vitaminas principalmente as lipossolúveis, devido a diminuição da absorção de lipídeos.


 
         Banda Gástrica: o principio desta, é a redução alimentar através da divisão do estômago, como uma banda gástrica colocada ao redor da região superior do estômago. Isso faz com que o alimento passe primeiramente por esse pequeno reservatório, que vai direcionando o bolo alimentar para outra cavidade estomacal. Como o primeiro reservatório tem uma capacidade diminuída, uma quantidade menor de alimentos causa saciedade mais rapidamente , assim levando a uma restrição alimentar , e ocasiona uma perda de peso. É a única técnica reversível, e apresenta como principal problema a adesão do paciente por ser um método restritivo. Como todo o sistema gastrointestinal participa da digestão, são raras as deficiências nutricionais devido a cirurgia.




        Gastrectomia vertical: aproximadamente 80% do estômago é retirado, diminuindo assim a capacidade gástrica deste paciente. Esta técnica depende da adesão do paciente a restrição alimentar, pois sabe-se que a parede estomacal é elástica, e se houver um contínuo consumo exagerado de alimentos, ocorre um estiramento da parede, levando ao ganho de peso novamente. Não há deficiência na absorção dos nutrientes, esta técnica é irreversível.


 
É importante ressaltar que o melhor tratamento para obesidade é uma reeducação alimentar e a atividade física, estes métodos não são invasivos e não tem contra-indicações.



                                                                               Post: Ana Paula
Referências:

Carlini, M.Paula. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL E DE QUALIDADE DE VIDA PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA BARIÁTRICA. Dissertação de Mestrado, Florianópolis 2001

Faria; Pereira;Gangoni;Lins; Leite; Rassi;Arruda.OBESOS MÓRBIDOS TRATADOS COM GASTROPLASTIA COM BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX: REDUTORA ANÁLISE DE 160 PACIENTES. Med 2002; 39(1/4):26-34

Pareja;Pilla; Geloneze. MECANISMOS DE FUNCIONAMENTO DAS CIRURGIAS ANTI OBESIDADE . Einstein. 2006.

Gary J. Anthon; Reginald V. N. Lord; Tom R. DeMeester; Peter F. Crookes. The Duodenal Switch Operation for the Treatment of Morbid Obesity.

Pajecki; Mancini; Halpern; Zilberstein; Garrido; Cecconello. ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR DE PACIENTES OBESOS MÓBIDOS SUBMETIDOS A TRATAMENTO CIRÚRGICO PELO MÉTODO DA BANDA GÁSTRICA AJUSTÁVEL. Rev. Col. Bras. Cir. vol.37 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2010



 


Intervenção Dietética no Tratamento da Obesidade

          A terapia nutricional em pessoas obesas baseia-se na intervenção das causas originais da obesidade, como alimentação inadequada e sedentarismo. Como sabemos, muitos obesos são portadores de síndrome metabólica, e uma dieta específica deve ser prescrita visando o controle glicêmico, a diminuição da resistência insulínica, e conseqüentemente diminuição do fator de risco de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2.

          As mudanças no estilo de vida devem ter o objetivo de perda ponderal moderada e progressiva, aliando a dieta e atividade física. Para que haja a perda de peso, deve-se diminuir o VET (Valor Energético Total), que é a quantidade de calorias ingeridas na alimentação em um dia, e aumentar o GET (Gasto Energético Total), que é principalmente o nível de atividade física. Porém é importante que a perda de peso vise maior perda de gordura corporal, por isso é importante escolher os alimentos adequados e exercícios físicos específicos. Deve-se ter como foco inicial, a mudança qualitativa e quantitativa dos macronutrientes afim de estabelecer harmonia e adequação à dieta individualizada.

         Carboidratos

         Dietas hiperglicídicas estão associadas ao aumento das concentrações plasmáticas de glicose e de triglicerídeos, tais acontecimentos podem ser minimizados se a digestão e absorção dos carboidratos forem lentas, e isso diz respeito ao índice glicêmico (IG) dos alimentos. Os carboidratos complexos possuem um baixo índice glicêmico e são mais lentamente digeridos, o que faz com que o aumento de glicemia pós-prandial seja gradual. Eles são os cereais integrais, hortaliças, leguminosas e frutas. O consumo desses alimentos devem substituir os carboidratos simples como massas, pães e doces. Essa intervenção leva a uma redução calórica da ingestão, assim como a diminuição do índice glicêmico, e consequentemente da resistência insulínica.



          Lipídeos

         O consumo crônico de glicose e ácidos graxos saturados pode inibir a sensibilidade insulínica. O efeito dos ácidos graxos é variável, elevando a secreção insulínica com o aumento da cadeia e diminuindo com o grau de insaturação. Assim, ácidos graxos de cadeia longa potencializam a secreção de insulina, em resposta à concentração basal de glicose. Além disso, os ácidos graxos saturados podem causar inflamação e resistência à insulina no tecido, por ter a capacidade de ativar a via de sinalização do NF- kB, o que aumenta a expressão de citocinas pró-inflamatórias (IL-6 e TNF- alfa) e, consequentemente, a resistência periférica à insulina.

            É necessário que haja a diminuição do consumo desses ácidos graxos saturados, que estão presentes em frituras, bacons, hambúrgueres, carnes vermelhas, etc. Deve-se fazer uma substituição desses alimentos por aqueles ricos em ácidos graxos poli-insaturados da série ômega 3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenóico (DHA), presentes em peixes e óleos de peixes, pois apresentam ação anti-inflamatória, por diminuírem a atividade dos fatores de transcrição NF- kB e proteína ativadora-1 (AP-1).

         Proteínas

         É importante que haja a diminuição do consumo de proteínas das carnes vermelhas, pois essas últimas são ricas em ácidos graxos saturados. E aliar ao aumento de proteínas de origem vegetal, como as leguminosas (feijões, soja, lentilha, ervilhas), pois essas além de conter teor significativo fibras, possuem menor índice glicêmico e de gorduras. A quantidade de proteínas diárias devem seguir o padrão das DRI´s, (Dietary Reference Intake), onde a quantidade é de aproximadamente 0,8 g de proteínas por quilo de peso corpóreo. Elevadas quantidades de proteínas consumidas podem levar a complicações de sobrecarga renal.

 

           Fibras

            Deve-se ter um consumo adequado de fibras, a sua recomendação de ingestão diária é de 20 a 30g pois elas possuem atributos benéficos ao organismo. As fibras solúveis reduzem o tempo de trânsito intestinal, atuam na diminuição das concentrações séricas de colesterol e melhoram a tolerância à glicose, sendo as responsáveis pela maioria dos benefícios cardiovasculares atribuídos às fibras alimentares. Já as fibras insolúveis não têm ação na colesterolemia, mas aumentam a saciedade, ajudam na motilidade do trato grastrintestinal, auxiliando na redução da ingestão energética. Dessa maneira, o aumento da ingestão de fibras alimentares pode promover a perda de peso.


          É importante que a dieta seja preparada com distribuições de porções adequadas de cereais, leguminosas, frutas, hortaliças, leite e derivados, carnes magras e óleos vegetais. E todos esses hábitos alimentares devem estar aliados à prática de exercícios físicos regulares que visem a perda de gordura corporal e a preservação de massa magra. Essas intervenções, dependendo do grau da obesidade, podem ser acompanhadas de prescrição de fitoterápicos ou fármacos que ajudem na redução do peso, desde que se tenha um acompanhamento médico e nutricional.

         A partir da perda de gordura corporal, por essas intervenções nutricionais, haverá redução da resistência insulínica, de processos inflamatórios, de níveis glicêmicos elevados e de alterações no perfil lipídico do indivíduo. Diminuindo dessa forma os fatores de risco para doenças crônicas, o que leva à melhora de sua qualidade de vida.

                                                     
                                                               Post: Priscilla Dantas


Referências Bibliográficas
GERALDO, Júnia. ALFENAS, Rita. Papel da Dieta na Prevenção e no Controle da Inflamação Crônica – Evidências Atuais. Arq Bras Endocrinol Metab 2008; 52/6. Departamento de Nutrição e Saúde da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG, Brasil.

BASTOS; ROGERO; ÂREAS. Mecanismos de ação de compostos bioativos dos alimentos no contexto de processos inflamatórios relacionados à obesidade. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/5. Departamento de Nutrição, Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil.

SANTOS; PORTELA; ÁVILA; SOARES. Fatores dietéticos na prevenção e tratamento de comorbidades associadas à síndrome metabólica. Rev. Nutr., Campinas, 19(3):389-401, maio/jun., 2006

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Fitoterápicos no Tratamento da Obesidade

        Os fitoterápicos podem ser utilizados para o tratamento da obesidade como coadjuvantes em dietas e atividades físicas, como via alternativa ou para acelerar o processo de recuperação e/ou controle da doença.


         Sempre há confusão quando se fala em plantas medicinais e os fitoterápicos, mas é bom salientar que existem diferenças entre eles. Enquanto os fitoterápicos são aqueles capazes de aliviar ou curar enfermidades, as plantas medicinais, que possuem a mesma finalidade se diferem por serem submetidas a um processo de industrialização. A partir daí, obtém-se o medicamento fitoterápico.

           É definido como um medicamento cujos componentes terapeuticamente ativos são exclusivamente parte de plantas (caule, folhas, raízes) ou derivados vegetais (extratos brutos, sucos, óleos, ceras) não tendo em sua composição a inclusão de substâncias ativas isoladas de outras origens, nem associações destas com extratos vegetais (BASSINI, 2005).

           Nos últimos anos um movimento crescente em busca de tratamentos naturais, mais baratos e menos agressivos ao organismo começou a ganhar força, tanto no Brasil quanto no exterior. Os grandes laboratórios e as universidades passaram a estudar e comprovar os efeitos medicinais das plantas. Foram isoladas e sintetizadas diversas substâncias consideradas medicinais encontradas em plantas que estão sendo comercializadas como princípio ativo isolado. Entretanto, cada planta é constituída de inúmeros princípios ativos que agem em sinergia, ou seja, tornando o efeito do conjunto mais potente e com menos efeitos colaterais que cada princípio ativo isolado (ABMC, 2004).

           O nutricionista no exercício de sua funções privativas, deve observar rigorosamente o disposto na Resolução CFN Nº. 402/2007, DOU 06/08/2007, Seção I, pág. 121, a qual regulamenta a prescrição fitoterápica. No art.3º da Resolução citada, fica estabelecido o conteúdo obrigatório da prescrição fitoterápica, como nomenclatura botânica, dosagem e freqüência de uso e o parágrafo único estabelece as formas farmacêuticas, exclusivamente de uso oral. O art. 6º impõe que o nutricionista não poderá prescrever aqueles produtos cuja legislação vigente exija prescrição médica e o art. 7º autoriza somente a prescrição de produto que tenham indicação terapêutica relacionada ao seu campo de conhecimento específico. (CFN, 2007).


A tabela abaixo traz uma visão geral dos principais fitoterápicos utilizados no tratamento da obesidade:


                                                Post: Aline Fialho


Referências Bibliográficas


AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Medicamentos Fitoterápicos, 2003. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/fitoterapicos/definicao.htm , acessado em 08 de abril de 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FITOTERAPIA, Lei nº 2.537 de 16 de abril de 1996, PROGRAMA ESTADUAL DE PLANTAS MEDICINAIS. Disponível em: http://www.abrafito.org.br/legislação.shtml#001, acessado em 08 de 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MEDICINA COMPLEMENTAR, Fitoterapia:Histórico,2004.Disponível:http://www.medicinacomplementar.com.br/estratégia_fitoterapia.asp,acessado em 08 de abril 2010.

CONSELHO FEDERAL DE NUTRIÇÃO, RESOLUÇÃO CFN nº 402/2007 (DOU 6/8/2007,SECÇÃO I). Disponível em: http://www.cfn.org.br/novosite/pdf/res/2007/res402.pdf, acessado em 08 de abril 2010.
 
INSTITUTO BRASILEIRO DE PLANTAS MEDICINAIS; Portaria nº 971, de 3 de Maio de 2006. Disponível em: http://www.ibpm.org.br/legislacao.shtml, acesso em 10 de junho de 2009.
 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O Controle sobre a Prescrição de Sibutramina no Tratamento da Obesidade

           Atualmente, após as repercussões na mídia diante de uma notícia que saiu da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Sibutramina, um dos poucos fármacos que, de acordo com artigos médicos, são eficazes para o tratamento da obesidade, foi para o banco dos réus. Esse post objetiva-se a constatar a veracidade do assunto.

           Diversas vezes, as recomendações clássicas (plano alimentar voltado para a perda de peso e exercícios) para alguns pacientes não são suficientes na luta contra a obesidade. Portanto, lança- se mão de medicamentos, de forma orientada e supervisionada por um médico. O tratamento farmacológico está coerentemente indicado quando o paciente apresenta IMC maior que 30 ou quando o indivíduo tem doenças associadas ao excesso de peso (ex. diabetes tipo 2) e em situações na qual o tratamento não farmacológico provou ser insuficiente. Dentre os fármacos mais utilizados no tratamento da obesidade estão os anorexígenos, os inibidores da lipase pancreática e os inibidores da recaptação de serotonina e norepinefrina (a sibutramina entra nesta classificação), entre outros.


         A sibutramina é uma amina terciária pertencente à classe dos derivados de cicloalquilaminas, é classificada terapeuticamente como anorexígeno, sendo indicada para o tratamento da obesidade e redução do peso corpóreo, em conjunto com dieta e exercícios. Foi descoberta nos anos 80, como um antidepressivo, mas atualmente é o fármaco de primeira escolha para tratamento da obesidade, devido à diminuição de efeitos colaterais quando comparados com as anfetaminas.

           Entre os medicamentos para o tratamento da obesidade, ganha destaque por não induzir o aumento na liberação desses neurotransmissores (serotonina e noradrenalina), além de não inibir a recaptação e nem aumentar a liberação de dopamina, como ocorre com alguns fármacos utilizados com a mesma finalidade terapêutica.

            Age como um inibidor da recaptação de aminas causando o aumento da saciedade, além de estimular o aumento da taxa de metabolismo. Por agir na inibição da noradrenalina e serotonina, estes permanecem retidos por mais tempo na fenda sináptica, resultando numa saciedade pós-prandial (após as refeições) aumentada. As duas vias, atuando juntas, resultam na perda de peso. Entretanto, sua ação termogênica (de aumentar a taxa metabólica) parece ser ainda controversa.

Figura 1. Estrutura do cloridrato de sibutramina

         De acordo com estudos, além da perda de peso, a sibutramina é acompanhada de alterações benéficas dos níveis lipídicos e controle da glicemia em doentes com dislipidemia e diabetes mellitus tipo 2, respectivamente. No diabetes, a perda de peso foi associada a uma redução de 0,6% de hemoglobina glicosilada e em obesos dislipidêmicos, pôde observar um aumento de 12-22% HDL-C e uma redução média de 9-21% de triglicerídeos.

            Entretanto, trata-se de um medicamento que atua principalmente no Sistema Nervoso Central. E, assim como diversos outros fármacos, seu uso pode causar os temidos e perigosos efeitos adversos. Tal conceito contempla reações não esperadas, a princípio, em um grande grupo que fizeram uso da droga, uma pequena porcentagem de indivíduos manifestou-se algum efeito distinto. Mas que não deixam de ser igualmente perigosos.

            De acordo com o que foi divulgado no site da Anvisa, um estudo (Sibutramine Cardiovascular Outcome) sobre a droga demonstrou um aumento em 16% do risco cardiovascular não fatal nos pacientes tratados com sibutramina, tais como infarto do miocárdio, derrame, parada cardíaca com ressuscitação, comparados aos pacientes tratados com placebo.

 
          A partir da análise do estudo, a Anvisa recomenda a contra indicação do uso de medicamentos à base de sibutramina para pacientes com perfil semelhante aos incluídos no estudo SCOUT:
a) pacientes que apresentem obesidade associada à existência, ou antecedentes pessoais, de doenças cárdio e cerebrovasculares;
b) pacientes que apresentem Diabetes Mellitus tipo 2, com sobrepeso ou obesidade e associada a mais um fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

         Este estudo apenas foi mais uma comprovação do que os medicamentos já advertiam. Uns com mais detalhamento, outros com menos, dependendo da marca deste fármaco.
Posteriormente, agências de outros países, como a FDA e EMA, tomaram medidas. Na União Européia, foi proibido à comercialização, já nos Estados Unidos, determinou-se que as bulas deveriam inserir tais características como contra-indicação e, não somente como efeito adverso.
            No Brasil, a Anvisa determinou que fariam novos estudos para confirmar e, finalmente, poder tomar uma decisão. Por enquanto, a ordem foi que profissionais de saúde notificassem as suspeitas de reações adversas relacionadas com o uso da sibutramima por meio do sistema de informação Notivisa.

           Contudo, sabemos que em nosso país, a fiscalização de medicamentos é frágil. Pode-se encontrar a venda de sibutramina até mesmo em bancas no meio da rua, à luz do dia, sem qualquer legalização do produto.

 

O fato de diversas bulas dos medicamentos que possuem como principio ativo o cloridrato de sibutramina monoidratado deixa claro que a descoberta do fármaco ainda é recente e que precisa de mais estudos detalhados sobre os possíveis efeitos adversos. Isso reforça ainda mais questões de um uso feito com cautela, apenas para o grupo indicado (pacientes obesos que necessitam, clinicamente, perder peso em prol de sua saúde) e seguindo orientações médicas.


                          Post: Karen Carolina




Para ler mais sobre os neurotransmissores citados no post, acesse: http://neuromed92.blogspot.com/


Referências Bibliográficas

ANVISA. Anvisa Alerta Profissionais de Saúde Sobre o Uso da Sibutramina. Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home/!ut/p/c5/04_SB8K8xLLM9MSSzPy8xBz9CP0os3hnd0cPE3MfAwMDMydnA093Uz8z00B_AwN_Q_1wkA48Kowg8gY4gKOBvp9Hfm6qfqR-lDkuUyzMTfUjc1LTE5Mr9Quys9Oc0xUVAe0vEsM!/dl3/d3/L0lJSklna2shL0lCakFBTXlBQkVSQ0lBISEvWUZOQzFOS18yN3chLzdfQ0dBSDQ3TDAwMDZCQzBJRzVONjVRTzA4NzU!/?WCM_PORTLET=PC_7_CGAH47L0006BC0IG5N65QO0875_WCM&WCM_GLOBAL_CONTEXT=/wps/wcm/connect/anvisa/anvisa/conteudo+destaque/anvisa+alerta+profissionais+de+saude+sobre+uso+da+sibutramina Acessado em 12 jan. 2010;

DIEFENBACH, I. Sibutramina: Validação de Metodologia e Avaliação Biofarmacotécnica,2007. Disponível em:http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde_arquivos/19/TDE-2009-07-08T114914Z 2126/Publico/DIEFENBACH,%20%20ISABEL%20CRISTINA.PDF Acessado em 11 jan. 2010;

FERREIRA, L.; GOMES, E. Estudo Sobre a Eficácia do Uso de Inibidores da Recaptacao de Norepinefrina e Serotonina no Tratamento da Obesidade. Revista de Pesquisa e Saúde, 2009. Disponível em: www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/saudpesq/article/.../896 Acessado em 11 jan. 2010;

LISBOA, E.; NUNES,L.; BRANDALISE, L.; BUENO,F.; FRAGA,M.Análise Comparativa de Capsulas de Sibutramina Adquirida no Mercado Formal e Informal. Latin American Journal of Pharmacy, 2009. Disponível em: http://www.latamjpharm.org/trabajos/28/6/LAJOP_28_6_2_5_XH5TY394Z8.pdf Acessado em 12 jan. 2010.




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Watch N' Ask - 3

Pergunta do Grupo do Envelhecimento para o Grupo de Obesidade:

            A redução da leptina circulante, de acordo com o que foi citado na apresentação, pode estar associada à quantidade das horas de sono. Hoje, o uso de “drogas” e energéticos para manter-se acordado é cada vez mais intenso, então nesses casos como é o comportamento quantitativo da leptina, já que essas “drogas” funcionam como estimulantes do metabolismo, e esse comportamento é o mesmo nos obesos?

            Apesar de possuir efeitos adversos ao organismo, ainda existem muitos usuários de anfetaminas, principalmente por indivíduos obesos e pessoas que necessitam manter-se acordadas, como motoristas. Segundo o Observatório Brasileiro de Informações e Drogas, as anfetaminas são drogas sintéticas de efeito estimulante da atividade mental. Comercializadas na forma de medicamento como o fenproporex, metilfenidato, manzidol, metanfetamina e dietilpropiona, mas também é usada de forma ilícita, metilenodioximetanfetamina (MDMA), conhecida por “êxtase”. O uso clínico mais comum dessa categoria de substâncias é como moderador de apetite, recomendado para quadros de obesidade mórbida, por se tratar de uma substância que provoca dependência. Outro uso clínico comum é em pacientes diagnosticados com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade. As anfetaminas também são conhecidas como “Rebite” pelos motoristas que precisam dirigir várias horas seguidas sem descansar, sendo ingeridas, neste caso pelo seu efeito de inibição do sono. Já entre os estudantes, é conhecida por “bola”, e é também utilizada para inibição de sono com objetivo de passar a noite inteira estudando.

         Atuam aumentando a liberação e o tempo de ação de neurotransmissores, principalmente a noradrenalina e dopamina. Quando a anfetamina entra em contato com o terminal axônico são liberadas doses excedentes desses neurotransmissores provocando uma resposta mais forte.
           No sistema nervoso central produz, de imediato, uma sensação de alerta, insônia, diminuição da fadiga, aparente melhoria de capacidade de memorização, de aprendizado e de euforia. Ao mesmo tempo, diminuem o apetite e a ingestão de líquidos. Em determinados indivíduos a autoconfiança, a atividade motora e a comunicação são aumentadas.

             A anfetamina facilita a liberação de noradrenalina e inibe a sua recaptação da mesma forma que faz com a dopamina, “despertando” a pessoa. Também diminuem o apetite aparentemente, porque atuam no hipotálamo ventrolateral, facilitando a liberação de noradrenalina que estimula vias catabólicas, como a lipólise, atuando sobre os receptores beta-adrenérgicos e dependente da atividade da enzima lipase hormônio-sensível (LHS)  inibindo a ingestão de alimentos.

             A leptina age em locais específicos no SNC, em particular nos núcleos arqueado (ARC), ventromedial e dorsomedial do hipotálamo, inibindo o consumo alimentar e estimulando o gasto energético. Essas regiões no hipotálamo contêm dois tipos de neuropeptídeos com ações opostas, dependendo dos níveis de leptina.  A ativação do primeiro tipo, denominados neurônios orexígenos, ocorre com níveis baixos de leptina e promove a síntese e liberação do neuropeptídeo Y (NPY) e do peptídeo relacionado à proteína Agouti (AgRP), levando ao estímulo do apetite e redução da termogênese.


              A ativação do segundo tipo, denominados anorexígenos, ocorre com níveis altos de leptina e liberam hormônios estimulante dos melanócitos α (α-MSH), produzido a partir do precursor pró-opiomelanocortina (POMC), hormônio liberador da corticotrofina (CRH) e o peptídeo transcrito regulado por cocaína e anfetamina (CART), levando á diminuição do estímulo do apetite e aumento da termogênese. Esses neurônios estão conectados com outros no núcleo do trato solitário (NTS), que por sua vez transmitem os sinais para o corpo.


             A leptina possui maior liberação em pulsos durante o período do sono, principalmente na fase REM. Em indivíduos que sofrem insônia, a liberação de leptina em pulsos fica comprometida, diminuindo sua atuação.  Em indivíduos obesos, os níveis séricos de leptina são proporcionais à sua massa e tecido adiposo, e portanto não sofrem de uma deficiência de leptina, mas sim uma resistência aos efeitos dela. Por isso, ocorre um quadro de níveis elevados desse hormônio para que seus receptores possam inibir o apetite ou  uma insuficiência do seu sistema de transporte.


Referências:

Leptina para o controle do apetite. Disponível em:

Anfetaminas.Disponível em:

Penido,A. Toxicilogia, Módulo: Anfetaminas. Disponível em:


domingo, 23 de janeiro de 2011

Watch N' Ask - 2

Pergunta do Grupo do Colesterol para o Grupo de Obesidade:

Em uma pessoa obesa que apresente em quadro de hiperlipidemia quais os efeitos lipotóxicos para o fígado relacionado com a gliconeogênese?

          Em indivíduos obesos, há o aumento de glicose e ácidos graxos livres no sangue e depois em outros tecidos, que podem contribuir para a progressiva lesão das células beta pancreáticas. Esses fatores levam à resistência insulínica nos tecidos como hepático, adiposo e muscular, que pode desencadear a lipólise descontrolada nos adipócitos, aumentando a quantidade de ácidos graxos livres no pâncreas, fígado, músculos, o que causa a lipotoxicidade. Esse quadro gera disfunção das células beta, que passa a não produzir a insulina de forma adequada ou a não produzi-la.

         Esse quadro leva a dislipidemias e deposição em excesso de AGL no fígado, somada à falta da sinalização da insulina, e surgem alterações no metabolismo da glicose, como ativação quase que descontrolada da via de gliconeogênese e maiores taxas de lipólise e proteólise.

         A Acetil-coA derivada da degradação de ácidos graxos inibe a oxidação de piruvato pela piruvato desidrogenase e há estímulo da carboxilação de piruvato a oxaloacetato, que origina glicose. Como o estado de resistência insulínica e diabetes melitus tipo 2 comporta-se como jejum, a ativação da gliconeogênese continua mais intensa devido à lipotoxicidade do fígado, bem como outros fatores.


 
Referências Bibliográficas:
 
MARZZOCO, Anita; TORRES, Bayardo. Bioquímica Básica. 7 ed . Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007


Watch N' Ask - 1

Pergunta do Grupo de Corticóides para o Grupo de Obesidade:

Se a obesidade provoca um aumento na ativação do eixo HPA (Hipófise, Hipotálamo, Adrenal), o que ocorre com o nível dos outros hormônios das adrenais, alem do cortisol – a exemplo da aldosterona? Existe uma alteração significativa? Em caso negativo, por que isso não ocorre?

 

         Existem evidências em que há uma maior ativação do eixo HHA (Hipotálamo-hipófise-adrenal) em pacientes obesos, principalmente naqueles com distribuição abdominal de gordura, este eixo apresenta-se hiper responsivo nos indivíduos obesos, e devido a isso observa-se resposta aumentada do cortisol. Isso acontece através de uma maior freqüência na liberação dos pulsos do hormônio adrenocorticotrófico ACTH, o qual atua sobre as células da camada cortical da glândula adrenal, estimulando-as a sintetizar e liberar seus hormônios com menor amplitude de pulso, o que leva ao aumento de cortisol.

          Mas o ACTH, em doses similares àquelas que aumentam a secreção de cortisol, também estimula agudamente a secreção de aldosterona de forma eficaz. No entanto, a resposta ao ACTH é prejudicada se os níveis de angiotensina II forem diminuídos. (BERNE, 2004).

          Porém não se tem evidências clínicas e estudos comprovando que há um aumento da secreção de aldosterona em indivíduos obesos através desse mecanismo de estímulo do eixo HHA.

           No indivíduo obeso, há estímulo do sistema renina-angiotensina-aldosterona, devido à hiperinsulinemia e o estímulo do sistema nervoso simpático, o que leva ao aumento da secreção de angiotensina II, que é um estímulo para liberação de aldosterona.

           Na totalidade, não há achados na literatura que evidenciam aumento clínico (bioquímico) na secreção de outros hormônios mediados pelo eixo HHA, além da secreção de cortisol.


Referências Bibliográficas:

LORDELO, MANCINI, CERCATO, HALPERN. Eixos hormonais na Obesidade: Causa ou Efeito?
Arq Bras Endocrinol Metab 2007;51/1. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v51n1/03.pdf

 
 
BERNE, Robert. Fisiologia. Rio de Janeiro: Elselvier, 2004.







sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Exercícios Físicos no Tratamento da Obesidade

       Tem sido demonstrado que mudança no estilo de vida, através de aumento na quantidade de atividade física praticada e reeducação alimentar, é o melhor tratamento para a obesidade. Um estilo de vida sedentário contribui para o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e morte prematura, e a inatividade física juntamente a uma alimentação desregrada leva um quadro de obesidade, principalmente ao acúmulo de gordura visceral, a qual é responsável pelo risco metabólico e consequentemente as doenças crônicas.


         O exercício físico leva o indivíduo a ter um maior gasto energético quando equiparado a uma dieta específica, estudos mostram que há um efeito considerável de perda de peso, massa gorda e obesidade visceral quando se combina exercícios adequados e uma dieta individualizada. Os benefícios da atividade física sobre a obesidade podem ser alcançados com intensidade baixa, moderada ou alta, indicando que a manutenção de um estilo de vida ativo, independente de qual atividade praticada, pode evitar o desenvolvimento dessa doença. Quando um sedentário começa um programa de exercícios regulares moderados, ele perde peso inicialmente, e quanto mais melhora seu condicionamento físico e rotina de exercícios, mais massa gorda é perdida.


          O gasto energético diário total possui três importantes componentes: taxa metabólica basal (TMB), efeito térmico dos alimentos (ETC) e efeito térmico da atividade física. O tratamento da obesidade apenas através de diminuição calórica pela dieta leva a uma diminuição de peso através de diminuição de massa muscular, porém pode acarretar o retorno ao peso inicial, apesar da restrição calórica contínua, o que contribui para uma pequena eficácia de longo período com a intervenção apenas pela dieta. Porém, a combinação de diminuição do consumo calórico com exercício físico ajuda a manter a TMB, e melhora a eficiência de perda de peso por um longo período.


       O exercício físico pode elevar a TMB através do EPOC (excesso de oxigênio consumido pós-exercício), o qual eleva o gasto energético por um tempo depois da realização do exercício, pelo aumento da oxidação de substratos, e estimulação de síntese protéica. Esse efeito do exercício na TMB depende do tipo, intensidade e duração do exercício.

 

Exercício físico e resistência insulínica

        O exercício físico regular pode aumentar a sensibilidade à insulina no músculo e em outros tecidos insulino dependentes, o exercício tem efeito importante nos mecanismos moleculares de captação de glicose no músculo esquelético tanto em indivíduos saudáveis como nos portadores de resistência à insulina.


        Mas como isso acontece metabolicamente? Descobriu-se uma enzima de resposta à contração muscular chamada AMPK (proteína quinase ativada por AMP), que estimula o transporte de glicose no músculo esquelético por meio de um mecanismo independente de insulina. A ativação da AMPK é através do decréscimo do estado energético celular, na relação AMP - ATP aumentada, ocorre uma mudança na conformação da molécula, tornando-a suscetível à fosforilação e ativação pela AMPK quinase (AMPKK). A AMPK fosforilada ativa vias gerando o aumento de ATP, através da oxidação de ácidos graxos, e desativa vias anabólicas. Esse aumento da atividade da AMPK durante o exercício físico promove a translocação das vesículas contendo Glut-4, e facilita o transporte de glicose para o músculo de maneira semelhante à da insulina, porém isso ocorre por vias de sinalização diferentes. Nesse caso, há a redução da malonil-CoA permitindo o aumento da ação da carnitina acil transferase 1, que aumenta o transporte de ácidos graxos para as mitocôndrias e a oxidação dos mesmos.

        Através desses benefícios dos exercícios físicos sobre a obesidade, pode-se observar que doenças relacionadas a resistência insulínica em obesos como diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias e inflamações, podem ser controladas levando a um quadro de estabilidade.

Então, pratique exercícios físicos para prevenção e tratamento da obesidade!!!

Mais informações sobre o assunto visitar o blog de Bioquímica do Exercício: http://bioquimicaexercicio.blogspot.com/



                                                                     Post: Priscilla Dantas.



Referências Bibliográficas

William E. Kraus and Cris A. Slentz. Exercise Training, Lipid Regulation, and Insulin Action: A Tangled Web of Cause and Effect. VOLUME 17 SUPPLEMENT 3
DECEMBER 2009.
 
Ciolac, Emmanuel e Guimarães, Guilherme. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev Bras Med Esporte _ Vol. 10, Nº 4 – Jul/Ago, 2004.
 
PAULI, CINTRA, SOUZA, ROPELLE. Novos mecanismos pelos quais o exercício físico melhora a resistência à insulina no músculo esquelético. Arq Bras Endocrinol Metab. 2009;53/4. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abem/v53n4/v53n4a03.pdf.