sábado, 29 de janeiro de 2011

Compostos Bioativos com Ação Antiinflamatória

       Além da constatação de que dietas ricas em vegetais podem reduzir o risco das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, estudos têm apontado a presença de substâncias não nutrientes que interferem nos processos patogênicos de modo a prevenir e ser coadjuvante de tratamentos. Entre esses, encontram-se os CBAs (Componentes BioAtivos).
 
        Uma das primeiras descobertas acerca da obesidade é que esta patologia promove uma resposta inflamatória crônica de grau leve. Assim, ocorre um aumento na síntese de adipocinas (pró-inflamatórias) e a redução de adiponectinas (antiinflamatórias).
        Contudo, sabe-se que à medida que ocorre a redução da gordura corporal, há um aumento da concentração plasmática de adiponectina, em redução da resposta inflamatória, que desencadeia uma menor resistência periférica à ação da insulina

       Compostos Antiinflamatórios
1) Ômega- 3

Ácidos graxos poli-insaturados da série 3, ácido eicosapentaenoico (EPA) e ácido docosaexaenoico (DHA), presentes em peixes e em óleos de peixe, apresentam ação anti-inflamatória, uma vez que diminuem a atividade dos fatores de transcrição NF-B e proteína ativadora-1 (AP-1).


2) Curcumina

         É um pigmento fenólico de cor amarela obtido da cúrcuma. Esta é utilizada na cozinha como tempero.
        Sugere-se que seu efeito anti-inflamatório se deva, em parte, à sua capacidade de “sequestrar” espécies reativas de oxigênio em situações de estresse oxidativo celular.
        A curcumina é capaz de inibir a fosforilação e a degradação do IKB induzida pelo TNF-alfa, o que indica que esse composto bioativo também atua em etapas que precedem a fosforilação do IKB.

 
3) Catequinas

      As catequinas são monômeros de flavanóis, como a epicatequina, a epigalocatequina, a epicatequina galato (ECG) e a epigalocatequinagalato (EGCG).
       A EGCG, o principal polifenol presente no chá verde, tem ação anti-inflamatória, inibindo in vitro a ativação do fator de transcrição NF-B ao mesmo tempo que inibe a degradação do IKB-induzida pela ativação celular mediada pelo TNF-alfa. O mecanismo de ação anti-inflamatório da EGCG parece estar associado à diminuição da atividade da proteína IKK, envolvida na fosforilação do IKB.


 
4) Resveratrol

        É uma fitoalexina existente em duas isoformas: trans-resveratrol e cis-resveratrol, sendo o trans-resveratrol a forma mais estável, a qual é encontrada em uvas, bem como no vinho tinto. O resveratrol inibe in vitro a ativação da JNK e de sua proteína upstream (proteína quinase) ativada por mitógenos (MEK). Este último fato pode explicar o mecanismo de supressão da ativação do fator de transcrição AP-1 pelo resveratrol.Além desses mecanismos, possuem outros que se manifestam in vitro a fim de suprimir as atividades inflamatórias do nosso sistema imune.


 

5) Quercitina, Tirosol e Licopeno

        A quercetina (frutas cítricas e maçã), o tirosol (azeite de oliva) e o licopeno (tomate, melancia e goiaba) reduzem a resposta inflamatória por meio da inibição in vitro da expressão gênica das enzimas COX-2 e iNOS. Isso é mais um motivo que reforça as recomendações da ingestão de frutas e do azeite de oliva, não só para obe-sos, bem como para a população em geral.


 
A tabela 1 resume a relação entre os diferentes CBAs, os alimentos em que estão presentes e a ação na resposta inflamatória.



            Embora o alimento não seja postulado como medicamento, acredita-se que o uso contínuo de alimentos que tenham CBAs que atuem favoravelmente no processo inflamatório, aliado à manutenção de atividade física adequada, seja uma forma eficiente de reduzir o risco de aparecimento de DCNT´s.

                                                                      Post: Karen Carolina
 
Referência Bibliográfica:

 
BASTOS, D.; ROGERO,M.; ARÊAS,J. Mecanismos de Ação de Compostos Bioativos dos Alimentos no Contexto de Processos Inflamatórios Relacionados à Obesidade. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabolismo, 2009. Disponível em:http: //www.scielo.br/pdf/abem/v53n5/17.pdf Acessado em 28 jan. 2011.



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